O preconceito e as suas máscaras.

29/06/2015 16:51

Tem sido frequente vermos em vários veículos da mídia, as palavras preconceito, intolerância, falta de respeito e dignidade.

Estamos em uma era na qual as diversidades vem alcançando um vulto e à medida que isso vem ocorrendo, junto com ela fica uma lacuna, exatamente!

Existem grupos subdivididos na sociedade onde as pessoas estão sendo caracterizadas, os mais comuns hoje são: negros, grupos GLBT, pobres, ativistas religiosos, intolerantes, incluídos social e digitalmente, excluídos social e digitalmente... e uma série de outros grupos.

Ocorre que para alguns toda essa emblemática celeuma social passa despercebido, principalmente quando não se encaixa na esfera de alguns desses grupos. Certamente fica mais fácil sobreviver.

As classificações não é um mecanismo moderno, pelo contrário, é bastante retrógrada. Desde os tempos do Império (não vou mais longe que isso), havia discriminação. Cada época traz consigo uma classe que se destaca com mais intensidade.

Mulheres que eram mães solteiras eram consideradas aberrações. Divorciadas uma verdadeira desgraça! Se fosse então uma divorciada, com filhos e negra. Uau! Irrompiam todos os paradigmas da época.

Quando os africanos foram trazidos para o Brasil para serem escravizados, o único parâmetro adotado era a cor da pele, pois em meio as embarcações que aqui chegavam, vinham membros da Corte Africana, que lá pertenciam a famílias nobres, líderes de tribos e povos, mas que aqui se tornaram escravos junto dos seus.

Não estou defendendo que esse ou aquele deveria ser escravizado por não ser “nobre”, mas esclarecendo que o único padrão adotado era a cor da pele. No Brasil tínhamos um quadro diferente, desde essa época, já havia um corporativismo, pois quando alguém que pertencia a burguesia, ao clero e era inserido na política, ainda que sofresse revezes da vida (como perder patrimônio), ainda sim circulava nos arredores da sociedade. Não era banido ou escravizado, não perdiam a postura aristocrática e em algumas vezes se reerguiam em virtude disso.

Com o avançar dos anos, a coisa mudou de figura! Só que não para melhor, pois é ventilada diariamente uma série de afrontas aos direitos e dignidade da pessoa.

Quando eu digo que o preconceito é ainda muito latente, digo isso porque ele vem sendo mascarado. Algumas pessoas não conseguem externar ou talvez entender algumas diferenças e dai surgem os rótulos, o que ofende e causa transtorno a qualquer pessoa.

Ao passo que você rotula uma pessoa, automaticamente a oportunidade de conhecê-la resta bloqueada. Sua concepção fica tão forte que trava qualquer oportunidade de quebrar o estereótipo já formado. Quem nunca usou expressão: “não fui com a cara de fulano” ou ainda “meu santo não bate com o dele”?

Isso tudo, sem ao menos se dar a oportunidade de ver a pessoa como realmente é.

Ao analisarmos por outra vertente, tem os que gostam de ser rotulados, aí é uma questão pessoal, cada um com sua síndrome de Gabriela “eu nasci assim, cresci assim e serei sempre assim”.

O que eu quero chamar atenção com esse artigo, é para em situações cotidianas onde qualquer um de nós assume o papel de juiz e julgamos sem algum conhecimento, ou sem dar a oportunidade da pessoa se mostrar como é de verdade.  Sempre a impressão pessoal acima de tudo.

A sociedade contribui muito para que esses elementos sejam formados, é comum ouvirmos: “todo negro é marginal”, “todo policial é corrupto”, “todo gay é promiscuo”, “toda modelo é prostituta”, “todo político é ladrão”, é muita afirmação que rotula as pessoas e não nos dá oportunidade de amá-las como verdadeiramente são.

O dia em que as pessoas pararem de criar ilusões acerca da roupa que se veste, da cor da pele, da religião, da situação financeira, da profissão, do padrão de vida, da orientação sexual entre tantas outras teorias, e se preocuparem que todos somos humanos, com erros e acertos e que precisamos nos amar e respeitar para então começarmos a deixar um mundo melhor para as gerações que estão aí e as que virão.

É fundamental cada um de nós retirarmos nossas máscaras (ainda que involuntariamente todos têm uma), para que tenhamos tempo de amar o próximo!

Pense nisso.

 

Até a próxima! 

 

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